A necessidade de Sexo

25 novembro 2010 Postado por Stalo Comunicação


Na semana passada começamos uma série de textos sobre os apelos emocionais que a publicidade utiliza para atingir o consumidor. No primeiro texto, citei quais são as 15 principais necessidades humanas exploradas pela publicidade, que vão do sexo às necessidades fisiológicas. A publicidade tenta ludibriar a consciência, se aproveitando dessas necessidades que cada pessoa tem, e às vezes nem sabe. Pois então é hora de começar a identificar os apelos que tentam satisfazer cada uma delas, a começar pela necessidade de sexo... hummm.

Nem precisa explicar muito que o ser humano tem necessidade de sexo. As pesquisas mostram que, quando se trata de homens, essa necessidade é um pouco mais evidente. Mas as mulheres também não ficam para trás, e a concepção de que mulher só procura o “amor verdadeiro” já começou a ser desconstruída há mais tempo.

O mais surpreendente, porém, é que ao observar o uso desse apelo na publicidade, não há superutilização do mesmo. Muito pelo contrário, é um apelo muito pouco utilizado ainda, contrariando a impressão inicial. E isso tem uma explicação lógica: os estudos mostram que ao utilizar o apelo sexual, corre-se o risco dele ofuscar as informações sobre o produto, pois a nudez na publicidade reduz o recall da marca.

Um exemplo da década de 1980 é o caso da marca da relógio de pulsos Technos. Na época, a marca top of mind do segmento era a Citizen. A Technos veiculou um comercial que explorava uma fantasia do nosso imaginário – uma mulher linda caminhava, enquanto era observada por dois seguranças que utilizavam um aparelho que possibilitava vê-la sem as roupas. A mulher aparecia nua, de costas, usando apenas um relógio Technos. Ao final, um dos homens exclama com o outro: “que relógio!...”.

Foi um dos primeiros comerciais brasileiros que explorou a nudez total e a frase passou a ser um jargão utilizado pelos homens, quando queriam exaltar os atributos de alguma mulher. A campanha foi muito memorizada, porém o maior problema é que quando as pessoas eram perguntadas da marca do relógio elas respondiam que o comercial era da Citizen.

Outro problema que não cabe a esse texto discutir é até quando um apelo sexual não se torna de fato muito apelativo. O caso recente da Devassa mostrou que a publicidade ainda enfrenta problemas com esse tipo de anúncio. Em minha opinião, o comercial nem era tão apelativo assim e comparado com o vídeo trazido abaixo, não tinha nada demais.

O exemplo é da campanha da Calvin Klein Jeans em 2009. A campanha gerou muito debate pelo seu conteúdo de insinuação de sexo. O apelo sexual foi intenso e mais uma vez o risco de não associar o comercial à marca é grande. Mas para deixar os hormônios agirem, vejamos:



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