O Brasil é emoção

11 março 2011 Postado por Stalo Comunicação

Hoje é dia 11 de março e a mais brasileira das festas, o Carnaval, acabou na quarta. A festa, que tem como seu principal ícone os desfiles das escolas de samba das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro teve na terça e quarta-feira, respectivamente, suas campeãs divulgadas. Polêmicas a parte, o que mais me chamou a atenção foi o fato de as vencedoras das duas cidades terem como tema, a vida de um músico.

Em São Paulo, a Vai-Vai contou a história de vida do maestro e ex-pianista João Carlos Martins, que passou por poucas e boas (incluindo ai uma deficiência nas mãos), mas nunca abandonou sua maior paixão, a música. Fico pensando no sofrimento dele, pianista, perdendo os movimentos das mãos e vendo sua carreira literalmente esvair pelas mãos. Daí, resolvendo combater a deficiência, ele se tornou regente... aos 60 anos.


Já no Rio, o Rei Roberto Carlos foi homenageado pela Beija-Flor. O Rei, que encanta gerações com suas músicas que falam de amor, superação, emoção e religiosidade, foi o centro das atenções. Com muito luxo (sim, essa é a palavra que descreve bem o desfile da Beija-Flor), a escolha se sagrou campeã de 2011.


Mas o que podemos entender sobre o comportamento do brasileiro com essas escolhas?

1) Somos um povo conservador ao nosso modo. A Unidos da Tijuca trouxe um enredo que falava de cinema e medos, com inovações muito mais ousadas e tecnológicas, e mesmo assim não encantou o suficiente (foi vice-campeã). Foi escolhido Roberto Carlos, um ícone mais do que sagrado da cultura do país.
2) Somos um povo que se pauta em exemplos de vida. Mesmo não sabendo muito sobre música clássica, o enredo do regente emocionou várias pessoas no AHEMBI.
3) Somos um povo que exalta o luxo. Mais uma vez, não foram as inovações ou a beleza, mas o luxo, que aos nossos olhos geram a “melhor” beleza, foi campeão.
4) Somos um povo que sofre, porém solidário. A própria origem das escolas já demonstra o sofrimento desses brasileiros, em sua maioria pobre, mas ricos de alegria, intenção e na realização de sonhos que são contados nos enredos. O incêndio que destruiu parte dos trabalhos de três escolas não foi suficiente para deixar a “peteca cair”. Todas as escolas, a seu modo, auxiliaram as três prejudicadas, que puderam desfilar e fazer bonito na avenida.

Assim, o que concluo é que somos o país da emoção, levados pelo calor do momento. Não saberia (e nem ousaria) julgar se isso é bom ou é ruim. O que sei é que essa é uma característica inerente ao povo e que se torna o combustível para transformar tudo em alegria.

Parabéns a todas as escolas pelo belíssimo trabalho. E parabéns a João Carlos Martins e a Roberto Carlos por fazer música e dividi-la com o mundo.


Anie Karenina é planejamento da Stalo Comunicação

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