Em meio ao casamento do ano entre o Príncipe William e a plebéia Kate Middleton e toda a especulação na mídia sobre os preparativos e convidados, as pessoas, ou melhor, as mulheres, se pegam pensando: “Eu gostaria de estar no lugar dela”.
Isso quer dizer que as mulheres querem viver um conto de fadas? Não necessariamente. Há alguns anos atrás eu acreditaria que sim, as mulheres buscavam o príncipe por ser o estereótipo de “homem perfeito”. Porém, em tempos de casamentos sendo transmitidos pela internet, creio que as mulheres têm sonhado em ser princesa não pelo casamento perfeito, mas por seus 15 minutos (que podem se tornar anos) de fama. Exemplo disso: O modelo do vestido usado por Middleton em seu “anuncio” de noivado está à venda de forma exclusiva por uma loja em São Paulo por valores que podem chegar a R$ 15 mil. O anel que a britânica ganhou de noivado já tem réplicas que são vendidas como suvenires.
Assim, as mulheres estão apaixonadas não pelo príncipe – que por sinal, fala-se muito pouco em todas as reportagens... Afinal, já o conhecemos desde o nascimento, e ele não é novidade – e sim por todas as regalias e exclusividades de consumo que vem com o posto. Isso é tão latente, que não vi ainda nenhuma das reportagens falarem de qual será o papel político de Kate em seu “principado”. As comparações com a Princesa Diana (mãe do noivo) acontecem a todo o momento... Mas nunca com o intuito de comparar as ações humanitárias e sim, a comparação das roupas, da beleza e etc.
Muito de todo esse frisson se dá pela necessidade da mídia de expor a vida do casal e de “pintar” um mundo imaginário de conto de fadas. Uma das reportagens que achei mais incríveis foi mostrando o leiteiro e o açougueiro da cidade onde a princesa foi criada, que foram convidados para o casamento. Minha pergunta foi: qual é o espanto pelo fato de ela ter convidado para o casamento dela, pessoas que fizeram parte da infância dela? Todo mundo faz isso o tempo todo! Mas o fato de ela, agora uma mulher rica e da realeza, convidar pessoas que tem trabalhos humildes é motivo de espanto, quase em tom de chacota.
Mas há também toda a pompa dada pela corte britânica ao evento, como forma clara de também se “vender” à mídia.
Com isso, temos conclusão: não existem contos de fadas! O que todos querem é se imaginar em momentos de consumismo de luxo e regalias, sem precedentes. E os compromissos com o bem estar dos súditos? Ah! Isso pode ficar para depois!
Anie Karenina é planejamento da Stalo Comunicação
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